SAÚDE MENTAL DISCUTIDA EM NOVELA DIZ RESPEITO A TODOS NÓS
A esquizofrenia é um transtorno
mental complexo que dificulta na distinção entre as experiências reais e
imaginárias, interfere no pensamento lógico, nas respostas emocionais normais e
comportamento esperado em situações sociais.
Ao contrário do que a maioria das
pessoas pensa, a esquizofrenia não é um distúrbio de múltiplas personalidades.
É uma doença crônica, complexa e que exige tratamento por toda a vida.
As causas exatas da esquizofrenia
ainda são desconhecidas, mas os médicos acreditam que uma combinação de fatores
genéticos e ambientais possa estar envolvida no desenvolvimento deste
distúrbio.
Fatores de risco
Apesar de as causas da esquizofrenia ainda serem desconhecidas, sabe-se de
alguns fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da doença. Conheça:
- História familiar de esquizofrenia
- Ser exposto a toxinas, vírus e à má nutrição dentro do útero da mãe – especialmente nos dois primeiros trimestres da gestação
- Doenças autoimunes
- Ter um pai com idade mais avançada
- Fazer uso de medicamentos psicotrópicos durante a adolescência e o início da vida adulta
- Tabagismo.
Os sintomas de esquizofrenia no sexo masculino costumam aparecer entre os 20
e 25 anos. Já em mulheres, os sinais da doença são mais comuns beirando os 30
anos de idade. É raro encontrar casos de esquizofrenia em crianças ou adultos acima
dos 45 anos.
Esquizofrenia envolve uma série de problemas tanto cognitivos quanto
comportamentais e emocionais. Os sintomas costumam variar e entre eles estão
inclusos:
Delírios
Estes são crenças em fatos irreais que não possuem base alguma na realidade.
Uma pessoa com esquizofrenia pode achar, por exemplo, que está sendo
prejudicada de alguma forma ou até mesmo assediada. Ela pode acreditar, também,
que certos gestos ou comentários são direcionados a ela, que ela tem alguma
capacidade ou talento excepcional ou até mesmo fama. Pode achar, também, que
determinada pessoa está apaixonada por ela e que uma grande catástrofe está
prestes a ocorrer. Alguns delírios
incluem ideias de que algumas partes do corpo não estão em pleno funcionamento
e têm uma incidência de quatro em cinco pessoas com esquizofrenia.
Alucinações
Estas, em termos gerais, envolvem ver ou ouvir coisas que não existem. No
entanto, para a pessoa com esquizofrenia, essas coisas têm toda a força e o
impacto de uma experiência normal. As alucinações podem estar em qualquer um
dos sentidos, mas ouvir vozes é a alucinação
mais comum de todas.
Pensamento desorganizado
Esse sintoma pode ser refletido na fala, que também sai desorganizada e com
pouco ou nenhum nexo. A ideia de que pensamento desorganizado é um sintoma da
esquizofrenia surgiu a partir do discurso desorganizado de alguns pacientes.
Para os médicos, os problemas na fala só podem estar relacionadas à
incapacidade de a pessoa formar uma linha de pensamento coerente. Neste
sentido, a comunicação eficaz de uma pessoa portadora de esquizofrenia pode ser
prejudicada por causa deste problema, e as respostas às perguntas feitas podem
ser parcial ou completamente alheias e desconexas.
Habilidade motora desorganizada ou anormal
O comportamento de uma pessoa com esse tipo de disfunção não é focado em um
objetivo, o que torna difícil para ela executar tarefas. Comportamento motor
anormal pode incluir resistência a instruções, postura inadequada e bizarra ou
uma série de movimentos inúteis e excessivos.
Outros sintomas
Além dos sinais citados, outros parecem estar relacionados com a esquizofrenia.
Uma pessoa com a doença pode:
- Não aparentar emoções
- Não fazer contato visual
- Não alterar as expressões faciais
- Ter fala monótona e sem adição de quaisquer movimentos que normalmente dão ênfase emocional ao discurso.
Além disso, a pessoa pode ter reduzida sua capacidade de planejar ou
realizar atividades, tais como:
- Diminuição da fala
- Negligência na higiene pessoal
- Perda de interesse em atividades cotidianas
- Isolamento social
- Sensação de incapacidade de conseguir sentir prazer.
Buscando ajuda médica
Pessoas com esquizofrenia muitas vezes não têm consciência de que suas
dificuldades resultam de uma doença que requer atenção médica. Por isso, muitas
vezes algum parente ou amigo próximo deve ser responsável por levar a pessoa
doente a um especialista.
Na consulta médica
Se você está acompanhando uma pessoa com suspeita de esquizofrenia, procure
agilizar o andamento da consulta e leve anotados todos os sintomas observados
na pessoa. Tire suas dúvidas sobre sinais, possíveis diagnósticos e o que fazer
para ajudar na recuperação.
Responda também às perguntas que o médico poderá fazer, como:
- Quando os sintomas começaram?
- Os sintomas são frequentes ou ocasionais?
- Há indícios de que ele ou ela queira cometer suicídio?
- Ele ou ela foi diagnosticado com outro problema médico recentemente?
- Quais medicamentos ele ou ela faz uso?
Diagnóstico de Esquizofrenia
Não há exames médicos disponíveis capazes de diagnosticar a esquizofrenia.
Para que o paciente seja diagnosticado com esquizofrenia, um psiquiatra deve
examinar o paciente para confirmar se é um caso da doença ou não. O diagnóstico
é feito com base em uma entrevista minuciosa com a pessoa e seus familiares.
Exames cerebrais (como tomografias ou ressonâncias magnéticas) e exames de
sangue podem ajudar a descartar outras doenças com sintomas semelhantes à
esquizofrenia, mas não são capazes de determinar se ela é a causa dos sintomas.
Tratamento de Esquizofrenia
Esquizofrenia requer tratamento durante toda a vida, mesmo após o
desaparecimento de sintomas. O tratamento com medicamentos e terapia
psicossocial podem ajudar a controlar a doença. Durante os períodos de crise ou
tempos de agravamento dos sintomas, a hospitalização pode ser necessária para
garantir a segurança, alimentação adequada, sono adequado e higiene básica do
paciente.
Um psiquiatra com experiência no tratamento da esquizofrenia geralmente é
quem orienta como o tratamento se dará. Psicólogo, assistente social e
enfermeiro psiquiátrico também podem fazer parte da equipe médica que cuida de
uma pessoa com esquizofrenia.
Os medicamentos são a base para o tratamento da esquizofrenia. No entanto,
esses remédios podem causar efeitos colaterais graves, embora sejam raros. As
pessoas com esquizofrenia, no entanto, podem ser relutantes em toma-los.
Medicamentos antipsicóticos
Medicamentos antipsicóticos são os medicamentos mais comumente prescritos
para o tratamento da esquizofrenia. Eles são usados para controlar os sintomas,
agindo diretamente sobre a produção de dopamina e serotonina no cérebro.
A escolha do medicamento ministrado ao paciente dependerá, também, da
vontade do paciente em cooperar com o tratamento. Alguém que seja resistente a
tomar a medicação, por exemplo, pode precisar de injeções, em vez de tomar um
comprimido.
Clozapina
Quando a esquizofrenia não apresenta melhora com o uso de diversos
antipsicóticos, o medicamento clozapina pode ser de grande ajuda. A clozapina é
o medicamento mais eficaz na redução dos sintomas da esquizofrenia, mas também
tende a causar mais efeitos colaterais do que outros antipsicóticos.
Medicamentos para Esquizofrenia
Os medicamentos mais usados para o tratamento de alguns sintomas da
esquizofrenia são:
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu
caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca
as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento
sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades
muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
Convivendo/ Prognóstico
A terapia de apoio pode ser útil para muitas pessoas com esquizofrenia.
Técnicas comportamentais, como o treinamento de habilidades sociais, podem ser
usadas para melhorar as atividades sociais e profissionais. Aulas de
treinamento profissional e construção de relacionamentos são importantes.
Os familiares de uma pessoa com esquizofrenia devem ser informados sobre a
doença e receber apoio. Os programas que destacam os serviços de apoio social
para pessoas necessitadas podem ajudar aqueles que não recebem apoio da família
ou de conhecidos.
Os familiares e cuidadores são frequentemente incentivados a ajudar as
pessoas com esquizofrenia a continuar seguindo o tratamento.
É importante que a pessoa com esquizofrenia aprenda a:
- Tomar os medicamentos corretamente e lidar com os efeitos colaterais
- Reconhecer os sinais iniciais de uma recaída e saber como reagir se os sintomas retornarem.
Complicações possíveis
Se não for tratada, a esquizofrenia pode resultar em problemas emocionais,
comportamentais e de saúde graves, assim como problemas jurídicos e financeiros
que afetam quase que totalmente a vida da pessoa. Complicações que a
esquizofrenia pode causar incluem:
- Suicídio
- Qualquer tipo de autolesão
- Ansiedade e fobias
- Depressão
- Consumo excessivo de álcool e abuso de drogas ou medicamentos de prescrição
- Perda de dinheiro
- Conflitos familiares
- Improdutividade no trabalho e nos estudos
- Isolamento social
- Outros problemas de saúde, incluindo aqueles associados com medicamentos antipsicóticos e tabagismo
- Ser vítima de comportamento agressivo
- Agressividade.
Expectativas
Os resultados para uma pessoa com esquizofrenia são muito difíceis de
prever. Na maior parte do tempo, os sintomas melhoram com medicamento.
Entretanto, outras pessoas podem apresentar dificuldade funcional e correm o
risco de apresentar episódios repetidos, principalmente durante os estágios
iniciais da doença.
As pessoas com esquizofrenia podem precisar de moradia assistida,
treinamento profissional e outros programas de apoio social. Pessoas com as
formas mais graves da doença podem ser incapazes de viver sozinhas. Podem ser
necessárias casas coletivas ou outras moradias de longo prazo com a estrutura
adequada.
Os sintomas retornarão se a pessoa com esquizofrenia não tomar sua
medicação.
Prevenção
Não existe uma forma conhecida de prevenir a esquizofrenia.
Após o diagnóstico, os sintomas podem ser prevenidos por meio do uso correto
da medicação. O paciente deve tomar os medicamentos prescritos exatamente como
o médico recomendou. Os sintomas retornarão caso a medicação seja interrompido.
É importante que o paciente sempre converse com o médico, principalmente se
estiver pensando em mudar ou interromper o uso dos medicamentos. Fazer visitas regulares
ao médico e ao terapeuta são medidas essenciais para se prevenir a recorrência
dos sintomas.
Fontes e referências
- Ministério da Saúde
- National Institutes of Health
- UNIICA
- Sociedade Brasileira de Psiquiatria
- ABRE
- Mental Health America
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/esquizofrenia
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