O desafio de formar para transformar
Formação docente: o desafio de formar para
transformar
A formação docente e sua implicação na sala de aula
é um assunto sempre atual que permeia discussões, mobiliza pesquisas e
políticas públicas no âmbito da educação. O desafio, nesse caso, encontra-se em
atrair talentos para a docência e realizar um projeto contínuo de formação que
exceda as técnicas e conteúdos didáticos.
Diante de uma sociedade que não valoriza o docente e
precariza cada vez mais esse trabalho, o primeiro desafio se constitui em
atrair os jovens para o exercício da docência. Estudiosos da educação como
Freitas (2014), Oliveira (2014), Dourado (2015) apontam para a necessidade de estabelecerem-se
políticas de valorização que extrapolem o âmbito financeiro e de formação
inicial dos docentes na atualidade.
Freitas (2014b), ao refletir sobre a formação do
professor atual, dirige sua atenção para duas visões de mundo: a dos
reformadores empresariais que querem uma escola adaptada aos paradigmas sociais
e a visão dos progressistas que buscam fazer da escola um instrumento de
mobilização para construir alternativas sociais. Nesse sentido, Freitas (2014a)
reconhece como positiva a presença de embates de concepções de educação, uma
vez que a escola é um campo de tensões, no entanto, para ela, faz-se necessário
fortalecer a educação como um bem público e direito universal.
Sendo assim, é preciso lutar pelo aprimoramento da
qualidade social da escola pública numa perspectiva que eleve o oferecimento da
formação docente nas universidades e nos centros de educação, motivando a
juventude para construir uma identidade como educador. Nesse aspecto, Dourado
(2015) elenca os principais desafios na formação do professor: unir a teoria à
prática; oferecer uma sólida formação teórica e interdisciplinar; colocar a
categoria trabalho como princípio educativo e a pesquisa como eixo nucleador da
formação. E essa formação deve
compreender, também, a atuação na organização e gestão de sistemas de ensino.
A formação do professor, nas palavras de Freitas (2014a),
perpassa pela valorização profissional que compreende a formação inicial na
universidade, a formação continuada no ambiente de atuação com acompanhamento
adequado; um plano de carreira e de salário e condições de trabalho que
permitam o aperfeiçoamento da profissão e que extrapole os limites da lei e
exijam novas abordagens conceituais e políticas que possam incidir
objetivamente sobre a prática no dia a dia.
REFERÊNCIAS
DOURADO, Luiz
Fernando. Diretrizes curriculares nacionais para a formação inicial e
continuada dos profissionais do magistério da educação básica: concepções e
desafios. Educ. Soc., Jun 2015, vol. 36,
n.º 131, p. 299-324. Campinas/SP.
FREITAS, Helena
Costa Lopes. *(a) PNE e formação de professores: contradições e desafios.
Retratos da escola- Dossiê: PNE 2014-2014: desafios para a educação brasileira,
Brasília, v. 8, n.15, julho a dezembro de 2014, p. 427.
FREITAS, Luiz
Carlos de. *(b) Os reformadores empresariais da educação e a disputa pelo
controle do processo pedagógico na escola. Educ. & Soc., Dez. 2014, vol.
35, n. 129, p.1085-1114.
OLIVEIRA, Dalila
Andrade. Os docentes no Plano Nacional de Educação: entre a valorização a
desprofissionalização. Retratos da escola- Dossiê: PNE 2014-2024: desafios para
a educação brasileira, Brasília, v.8, n.15, julho a dezembro de 2014, p. 447.
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